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Terceira idade: Cuidados da arquitetura e decoração para idosos em todos os ambientes da casa

Antenados em proporcionar qualidade de vida e mitigar os acidentes domésticos com pessoas da terceira idade, como aconteceu recentemente com a mãe da apresentadora Sônia Abrão, arquitetos relatam os pontos que consideram essenciais na hora de planejar, construir e decorar uma residência

Dia 1 de outubro é celebrado o Dia Internacional do Idoso – data promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e instituída no Brasil pelo Estatuto do Idoso. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa – considerada acima dos 60 anos – deve dobrar até 2042, comparando-se com a apuração até 2017. As previsões ainda apontam que em 2031 o número de idosos deve alcançar a marca de 43,2 milhões, superando o número de crianças e adolescentes e, em 2042, a população da terceira idade deve girar em torno de 57 milhões.

Ontem (23), Sonia Abrão compartilhou em seu perfil no Instagram o acidente sofrido por sua mãe Cecília, que encontra-se internada com fraturas no ombro – que demandará a colocação de prótese, e hematomas no corpo. Segundo o ‘Alerta aos Idosos’ publicado pela apresentadora, os problemas foram motivados por um “tapete que sua mãe insistia manter em casa, mesmo após o apelo dos filhos para que fosse retirado”. Quedas domésticas são uns dos principais motivos que resultam na hospitalização dos idosos. Dados do Ministério da Saúde mostram que 70% das quedas acontecem dentro de suas residências. Por isso é essencial que a casa seja preparada cuidadosamente para o morador.

Assim, o projeto de arquitetura e decoração deve seguir orientações específicas para que segurança e beleza possam estar presentes em todos os ambientes da residência.

Pensando nisso, o time de arquitetos Renato Andrade e Erika Mello, do escritório Andrade & Mello ArquiteturaPati Cillo, à frente do Pati Cillo Arquitetura, e as sócias Bianca AtallaElisa Ju e Fernanda Mendonça, do Oliva Arquitetura, pontuam providências para cada cômodo da casa de idosos. Confira:

Para todos os ambientes

Nesta fase da vida, os problemas de visão costumam ser comuns. Desta maneira, uma casa com ampla entrada de luz natural facilita a vida do morador. “Portas e janelas devem ser generosas para oferecerem o máximo de luz solar dentro da residência”, conta Erika Mello.

Além da iluminação, o ideal é que as portas disponham de largura suficiente para a passagem do idoso com auxílio de andador ou cadeira de rodas, por exemplo. A orientação é sempre considerar um espaço de 90 cm e, caso não seja possível, não se deve considerar menos que 80 cm.

Uma iluminação uniforme e bem distribuída é fundamental para os idosos. As profissionais da Oliva Arquitetura indicam também a instalação de pontos de luz nos corredores e locais de circulação intensa. Além do teto, é importante uma iluminação direcional que auxilie o morador na locomoção noturna quando, por exemplo, ele acorde durante à noite para beber água. Essa cautela evita quedas e batidas inesperadas. “Outro ponto interessante no projeto luminotécnico diz respeito à instalação de sensores de iluminação, que por detectar a presença do residente, otimiza a vida dos idosos”, explica Bianca Atalla.

Neste tipo de projeto é necessário evitar desníveis, mesmo em pequenas escalas. Quando não houver a possibilidade de deixar todos os ambientes nivelados, é essencial prever sinalização indicativa para destacar a diferença ou considerar a colocação de uma rampa. No caso de escadas, a arquiteta Pati Cillo recomenda que a execução considere o assentamento de piso antiderrapante e a instalação de corrimão com altura de 90cm.

No tocante às cores especificadas para as paredes, recomenda-se o branco e uma paleta de tons neutros e claros.

Sala

Principal móvel da sala, o sofá precisa ser mais firme e duro, já que a coluna do morador da terceira idade deve ficar ereta. “Na hora de escolher a peça ideal para o projeto, busco por modelos em que o ângulo do idoso sentado esteja próximo à 90 graus e que os pés alcancem o chão”, Fernanda Mendonça.

Como aconteceu com a mãe de Sônia Abrão, o uso de tapete costuma ser um dos maiores fatores de quedas e acidentes. O arquiteto Renato Andrade afirma que a peça não precisa ser desconsiderada, mas que sua incorporação na sala deve seguir a utilização de materiais, medidas e posicionamentos corretos. Além da área de cobertura, o tapete precisa avançar cerca de 20 cm embaixo do sofá e outros móveis presentes na sala de estar. “Uma dica importante é fixar as pontas do tapete com fitas adesivas antiderrapantes”, complementa o profissional.

Quarto

Sem dúvida é um dos espaços mais utilizados pelo idoso. A altura da cama precisa dispor de altura adaptada para o morador. “Fazemos questão de acompanhar nosso cliente para experimentar os colchões e escolher a cama que esteja totalmente adaptada ao seu perfil”, revela Elisa Ju. Considerar a instalação de uma cabeceira agrega conforto para o morador apoiar as costas quando estiver sentado na cama.

Outro ponto de atenção redobrada são os criados-mudos, que devem ter cantos arredondados e com altura igual ou pouco acima do colchão para evitar batidas. Próximos ao móvel, iluminaçãointerruptor para acender e a apagar a luz e pontos de tomada são complementos valiosos.

Cozinha

Quando a cozinha é projetada para uma pessoa da terceira idade, bancada e mobiliário devem apresentar alturas específicas. “Em geral, as medidas são mais baixas que o padrão”, completa Fernanda. Prateleiras e armários demandam instalação com altura média de 1,40m, de forma a proporcionar o acesso pleno. Ainda sobre as bancadas, a arquiteta recomenda a aplicação de cores claras, pois facilita encontrar os objetos.

Por se tratar de uma área molhada, piso antiderrapante é muito bem observado para evitar quedas.

A arquiteta Pati Cillo indica que o uso de fogão a gás, em detrimento ao cooktop, é uma opção mais prática e impede acidentes como queimaduras.

Banheiros

É no banheiro que mais acontecem acidentes e o ambiente precisa ser adaptado cuidadosamente. A instalação de barras de apoio, piso antiderrapante no box e assento para banho são cuidados vitais. “Considero igualmente importante considerar a instalação de barras de segurança na área do lavatório e bacia sanitária, que normalmente é um modelo mais alto que o padrão”, completa Erika Mello.

Saber as necessidades e entender a rotina dos moradores é essencial para que o projeto seja bem planejado e garanta a autonomia de quem vai utilizá-lo. A funcionalidade sempre deve ser a marca registrada em todos os projetos e para todas as idades.

Sugestões de produtos para casa adaptadas para idosos

Celite, marca especialista em louças e metais para banheiros, traz a linha Acesso com materiais adequados às pessoas que necessitam de acessibilidade e condições plenas durante o seu momento.

Vaso sanitário da linha Acesso Confort

O vaso sanitário pede uma atenção especial quanto à altura, que deve estar entre 43 cm e 45 cm do piso. Considerando o assento, a altura deve ser de, no máximo, 46 cm.

Barra de apoio articulada com 75 cm

Barra de apoio para lavatório 65 cm, da Celite

O ideal é apostar nos pisos ABS, pois são antiderrapantes e com um coeficiente de atrito maior. A Incepa apresenta linhas como a Moka, que garantem fácil deslocamento dos idosos e ainda ajudam na prevenção de quedas, pois não escorregam.

Linha Moka, da Incepa Revestimento

Andrade & Mello Arquitetura e Interiores

Formados em Arquitetura, Renato Andrade e Erika Mello são sócios-fundadores do escritório. Em 12 anos de trabalho, somam mais de 100 projetos entregues com a certeza de terem proporcionado aos seus clientes todo profissionalismo nas intervenções realizadas. Além de atuar nos projetos, devotam suas experiências profissionais ao ensino: ambos respondem como professores titulares do Centro Paula Souza e lecionam disciplinas no curso técnico de Edificações.

www.andrademelloarquitetura.com.br

@andrademelloarquitetura

Sobre Pati Cillo Arquitetura

Apaixonada pela profissão e em traduzir sonhos do morar bem com qualidade de vida, a arquiteta Pati Cillo antes de iniciar um projeto, entende como o cliente vive e o que ele busca para esse projeto. Afinal, acredita que ambientes agradáveis e funcionais fazem a diferença no morar. Para isso, não mede esforços para atender com criatividade e profissionalismo seus clientes em todos os detalhes. Com expertise de duas décadas em obras residenciais, comerciais e corporativas, para atuar de forma diferenciada, a profissional observa e analisa tendências globais em arquitetura, sustentabilidade, design, tecnologia, moda, consumo, marketing e varejo.

Pati não só participa da concepção do projeto de arquitetura e interiores, como acompanha todas as etapas da obra junto com sua equipe, o que resulta num trabalho detalhado e executado de maneira sustentável e prática . Ela também carrega consigo outras paixões, a gastronomia e o voluntariado. Doceira nata, a arquiteta, mãe de duas crianças, Pati já conduziu uma cafeteria em Jericoacoara, Ceará, e tem A fábrica de brigadeiros artesanais, que é um projeto 100% voluntário. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade São Judas Tadeu em 1997, iniciou sua experiência profissional no primeiro semestre de estudos em um escritório privado de arquitetura, vivenciando experiências na construção civil com participação em grandes obras realizados pela Ridel Engenharia, Steel, Cooperativa Habitacional Serra do Jairé e Figoli-Ravecca Arquitetos Associados.

www.paticillo.com.br

@paticillo_arquitetura

Sobre a Oliva Arquitetura

À primeira vista, quem observa a juventude do trio formado por Bianca Atalla, Elisa Ju e Fernanda Mendonça não imagina o extenso portfólio das experientes arquitetas. Juntas desde 2015, elas comandam o escritório Oliva Arquitetura e cuidam com carinho e dedicação desde a concepção do projeto até o acompanhamento e gerenciamento de obra. Também assinam a decoração dos ambientes, cuidando da seleção de cada item que vai ajudar a contar a história dos moradores.

Com especialização em reforma de interiores residencial, o escritório também atua com excelência em projetos comerciais e corporativos, desenvolvendo áreas comuns de prédios, como halls, e apartamentos decorados. A sensibilidade, o detalhismo e a inventividade são as marcas registradas de Bianca, Elisa e Fernanda, que juntas se dedicam à criação de ambientes atemporais com um quê de sofisticação, outro quê de simplicidade, além de uma equilibrada mistura de tons e de materiais incomuns. Nesse caldeirão de ideias, apurado através de viagens, literatura, cinema e eventos nacionais e internacionais de design e arquitetura, tem sempre lugar para elementos bem brasileiros, como os tijolos e os ladrilhos hidráulicos.

www.oliva.arq.br

@oliva.arquitetura

 

 

 

 

Por Helena Gomes

Imagem: Divulgação

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