Surgida na década de 1950, estética retorna como tendência contemporânea de decoração
De herança modernista, movimento arquitetônico que o precedeu, o brutalismo surgiu na década de 1950. O cenário da época era o de pós-guerra mundial na Europa, a crise demandou que a arquitetura funcional reduzisse as construções ao essencial.
Para traduzir este contexto, que alavancou a industrialização e o surgimento das cidades, os arquitetos do período priorizaram a estética pura. As estruturas expostas, sem reboco ou pintura, foram uma grande marca do estilo. Além das vigas, colunas, canos e fios aparentes, as linhas simples e volumes maciços também foram importantes características.
O brutalismo como tendência contemporânea de decoração indica um desejo pelo retorno a forma original. A combinação entre concreto, madeira, vidros e metais volta com força, a diferença é que as texturas vêm mais suaves, os metais mais quentes e as cores mais frescas. Apesar das diferenças, a essência simplista permanece a mesma.
Dos acabamentos aos itens de décor, o estilo pode ser explorado em espaços residenciais, comerciais e até educacionais. Separamos seis projetos de interiores que comprovam a versatilidade da estética brutalista. Confira:
No lar
Mais do que de marcar a personalidade do espaço, o brutalismo pode descomplicar o projeto – possibilitando a valorização das construções mais antigas e a diminuição do custo da obra. A volta da estética pura traz novas possibilidades, como o concreto polido e os metais coloridos. Esta arquitetura exposta, quando combinada as peças de design e ao uban jungle, cria uma composição elegante e atemporal.
Projetos comerciais
Concreto, aço, madeira naval e vidro são marcas do estilo brutalista e caracterizam esta operadora turística. Além de traduzirem o DNA da marca, especialista em viagens para destinos exóticos e lua de mel, os materiais oferecem um bom custo-benefício para a obra. O escritório que assina o projeto, Luiz Volpato Arquitetura, explica que estes acabamentos são interessantes para os projetos comerciais, pois aliam o desgaste com o uso e o tempo à boa estética.
Nas escolas
Que tal aproximar os conceitos arquitetônicos das crianças e adolescentes? Nos projetos escolares, o brutalismo cria uma atmosfera descontraída, convidando os alunos a explorar o ambiente escolar. A estética também favorece a produtividade, devido à organização dos elementos, que ficam aparentes. Para estimular o aprendizado a dica é apostar em pontos de cor, como nesta sala de aula assinada pelo Sum Architecture. O escritório destacou os tons de azul para promover a criatividade e auxiliar nos estudos.
Reformas
Nesta reforma, um imóvel antigo que se tornou um espaço comercial, o método construtivo possibilitou o máximo aproveitamento dos materiais já existentes. As paredes foram descascadas para deixar os tijolos à mostra, aproveitando a própria estrutura como revestimento. Os forros em madeira também foram mantidos, apenas pintados, preservando as características originais do edifício da década de 1970. Para arrematar, a arquiteta Alessandra Gandolfi inseriu novos elementos de estética pura, como os blocos de concreto.
Soluções versáteis
Hoje a tecnologia oferece inúmeras opções de acabamentos que aliam funcionalidade e beleza. Para quem deseja apostar na estética brutalista, uma boa opção são os MDFs. Além da durabilidade do material que o brutalismo pede, são versáteis e podem ser aproveitados em diversos estilos. Neste projeto, o painel e as paredes foram revestidos com o MDF Arinto da Sudati, ele traz a rusticidade do cimento queimado com o toque do minimalismo.
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Adaptação
Para um resultado mais leve, é possível explorar a estética brutalista a partir de elementos contemporâneos. Neste projeto assinado pelo escritório Meister & Polese, as arquitetas trazem as referências do estilo pelo viés moderno. Algumas possibilidades são: trilhos dos spots de iluminação e serralheria aparentes, revestimento de tijolinhos, paredes em cimento queimado e mescla de móveis em tons escuros e amadeirados.
By Vanessa Gvilan
Imagem: Kiko Sierich / Denilson Machado / Celso Pilati / Eduardo Macarios / Marcelo Stammer / Matheus Kaplun
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