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Resiliência é a palavra de ordem

Por Vânia Lucia Slaviero

 

Neste novo encontro, falaremos da importância das coisas, dos objetos em nossas vidas e de uma tendência que vem mudando a cultura em diversos países, especialmente os que são influenciados pelo Zen Budismo, onde a simplicidade, a harmonia e o equilíbrio servem de inspiração para uma vida mais prática, evitando também doenças modernas, como o estresse. Essas tendências são também aceleradas nestes países, visto catástrofes naturais, como terremotos por exemplo, que acontecem desde que o mundo é mundo, e que por questões humanas, tem sido potencializadas dia após dia. Devemos lembrar que neste caso, ter muitos objetos em casa, significa que há uma maior chance de ser ferido por eles. As atividades coletivas, com familiares e amigos tem se tornado uma rotina mais saudável para os proprietários de residências minimalistas, que entendem que “menos é mais”. Existem muitas linhas interessantes da cultura japonesa, como a filosofia de arrumação “KonMari”. Sucesso nos Estados Unidos, ajuda pessoas à organizarem suas coisas, banindo o que é inútil. Ganhando adeptos famosos como Steve Jobs. No minimalismo Zen você só guarda aquilo que realmente necessita e gosta, e dispensa o supérfluo.

Trazendo para nossa realidade, podemos entender que há uma tendência natural e evolutiva da posse dos objetos. O mobiliário das residências modernas seguirão estas tendências: Devem ser mais funcionais, e serão escolhidos a dedo. As experiências de compra também serão diferentes e estarão mais ligadas a real necessidade, e ao momento compartilhado do que o ato de comprar propriamente dito. Mantendo assim um registro afetivo com seus objetos que farão parte de uma rotina mais leve e saudável.

Pensando maduramente

Mundo moderno… novos paradigmas, novas escolhas.

Existem movimentos acontecendo que fazem arquitetos, decoradores, engenheiros do mundo todo refletirem sobre qual será a nova tendência?

Qual será a exigência do consumidor e quais serão suas escolhas?

A diversidade oferece fantásticas opções, e como escolhê-las?

Para consumidores, vendedores e curiosos

Estudos na neurociência mostram que os clientes não tem o mesmo padrão de busca. Falarei aqui de três tipos:

  1. Pessoas que são mais focadas no “Visual” – o órgão dos sentidos mais atuante é a “visão”. Tenderá ter uma casa repleta de combinações, adornos, enfeites, iluminação, e glamour. Buscará a beleza. Utilizará todos os espaços de forma linda e organizada a vista de seus olhos e que preferencialmente encante a todos. Como dizem: “Esta é uma casa para encher os olhos”. O belo e organizado são seus valores essenciais.

 

  1. Pessoas que são mais focadas no som: “Audição” – onde o órgão dos sentidos mais atuante são os ouvidos e envolvem a fala. Tenderão buscar a sonoridade do espaço. Mais do que a aparência da mobília, buscarão saber sobre a localização do som. O critério é morar em um local silencioso, ou em contato com a natureza. Fundamental ter um bom ambiente para ouvir música e conversar. Gostará de receber amigos ou falar muito ao telefone. Um bom diálogo é seu valor essencial.
  2. E ainda pessoas mais focadas nas sensações corporais – denominados “Cinestésicos”, onde os órgãos dos sentidos são relacionados ao tato, olfato e paladar, terão outras preferências na estrutura da casa. Sua cozinha será muito mais valorizada, pois gostará de reunir pessoas para cozinhar e degustar. Sua preferência será estofados e almofadões macios, ambientes muito confortáveis para promover a aproximação das pessoas e até mesmo, espaços vazios para dançar, brincar com os filhos e se movimentar. O conforto e o bem estar são seus valores essenciais. Então, resumidamente, os “visuais” buscarão receber as pessoas na sala; os “auditivos” não importa o local desde que conversem bastante, e os “cinestésicos” tenderão a ir para a cozinha criar um novo prato, por exemplo. Lembrando que algumas pessoas podem apresentar duas tendências ao mesmo tempo.

Então, como atender e conhecer estas diferenças em cada um? Aqui vai o convite para aprender a arte do “rapport” – da empatia e do autoconhecimento. Se um arquiteto ou decorador é mais visual e não sabe identificar rapidamente que seu cliente é mais cinestésico, ele poderá querer vender algo que não agradará. Em outras palavras – não falarão a mesma linguagem. Isto pode definir o fracasso ou o sucesso de um atendimento.  Importante reconhecer com quem estou falando. Quanto mais “resiliente” o vendedor, mais sucesso terá.

 

E concluindo, estudos atuais mostram que visto o excesso de estresse enfrentado nas metrópoles, há uma tendência de contraponto, onde as pessoas buscam se aproximar mais do bem estar em suas casas, e também no ambiente de trabalho. As escolhas tendem a cinestesia, buscando aproximações, ambientes acolhedores para que mesmo em uma reunião, todos  possam sentir o conforto de um lar. Ambientes mais “clean”, móveis funcionais, porém em menor quantidade, paisagismo inerente, e até espaços vazios para que o movimento aconteça livremente.

A ideia é ter mais saúde e bem estar. Que exista mais tempo para a diversão, lazer, leituras, viagens e passeios com amigos. Volta-se a questão do Ter & Ser, tão profunda e existencial.  O fato é que dá para ser chic, saudável e feliz. E quando você me pergunta, como combinar os valores essenciais pessoais, com as novas tendências, sem deixar a essência, respondo que sua casa e o ambiente de trabalho revelam quem você é, por suas escolhas. Pergunte-se: Tenho sido autêntico, ou deixado outros escolherem por mim?

Investigue-se, sabendo que tudo pode ser moderno e atual… Nunca estivemos tão livres para sermos essencialmente felizes da forma que queremos.

 

Aproveite!

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