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Protagonismo de arquitetos e designers em projetos sustentáveis é tema de evento gratuito promovido pelo Imaflora

Especialistas afirmam que o produto florestal está em alta em objetos de decoração, móveis e até em edifícios inteiros, no Brasil e no mundo – este é o tema do evento promovido pelo Imaflora, que acontecerá no dia 7 de outubro, como parte da programação da DW!, emo Paulo

O setor da construção consome cerca de 40% de todos os recursos naturais extraídos do planeta pela humanidade, com impactos sociais e ambientais proporcionais ao seu tamanho. Atualmente, especialistas encaram a ampliação do uso da madeira responsável como forma de reduzir parte dos impactos causados pelo setor. Além disso, a escolha da madeira de origem legal e sustentável se mostra mais do que necessária para combater desmatamento e contribuir para maior proteção ambiental e florestal.

A escolha da madeira é benéfica também para as pessoas: estudos mostram que o material pode proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar para quem vive ou usufrui de edifícios construídos a partir do seu uso, uma vez que a madeira é um material natural que proporciona contato com a natureza, textura aconchegante e beleza indiscutível.

Prédios de madeira, sim, por que não?

Em todo o mundo, a demanda por madeira tem crescido. “Na França, por exemplo, a partir de 2023, 100% dos novos prédios públicos terão que ter, no mínimo, 50% do volume de materiais em madeira”, conta Nicolaos Theodorakis, CEO da Noah Wood Building Design, que está apostando no material em três novos prédios corporativos e uma loja de varejo, que devem ser lançados em breve emo Paulo.

“Além de ajudar a reduzir o estresse e proporcionar uma experiência muito diferente de um prédio construído com concreto, a madeira traz a vantagem de uma construção mais rápida. Embora hoje o custo ainda fique de 5% a 7% maior, construir com madeira de forma industrializada gera uma economia de tempo de 25%, com meta de chegar a 50%”, diz. “É um mercado em expansão”, conclui.

Para ele, há ainda a vantagem da sustentabilidade incorporada aos projetos, que podem ser carbono neutro ou até carbono negativo, o que significa uma perspectiva de valorização maior no mercado. Theodorakis é um dos convidados confirmados para o encontro “Arquitetura do Amanhã 2: Construindo Negócios Sustentáveis”, dia 7 de outubro, das 16h às 18h, a ser realizado no canal do YouTube do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) – veja mais detalhes no fim do texto.

Muito além de mogno e ipê

O Brasil conta com mais de 8 mil espécies arbóreas conhecidas, mas somente cerca de 20 delas têm a atenção do setor da construção e decoração, segundo o engenheiro florestal e pesquisador Fernando Gouveia, do Laboratório de Produtos Florestais (LPF), do Serviço Florestal Brasileiro. Segundo ele, essa pressão sobre poucas espécies dificulta o manejo sustentável e aumenta o risco de extinção das madeiras mais desejadas pelo mercado.

“É fundamental incentivar o uso de um número maior de espécies florestais em área de manejo sustentável e, assim, ajudar no desempenho econômico da atividade no país, conciliando o uso da floresta com sua conservação”, explica o pesquisador.

Para isso, o LPF disponibiliza um banco de dados gratuito em sua página na internet, com informações sobre espécies alternativas que apresentam propriedades similares às mais conhecidas e já utilizadas. Além disso, desde 1992, a entidade promove o Prêmio Madeiras Alternativas, uma das categorias do Prêmio Salão Design, realizado em parceria com Sindicato das Indústrias de Móveis de Bento Gonçalves. Segundo Gouveia, a premiação estimula os designers a criar peças com madeiras pouco conhecidas, mas que acabam ganhando espaço no mercado depois da premiação, como é o caso, por exemplo, das madeiras tauari e cumaru.

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VEJA: LL Arquitetura projeta ap espelhado totalmente em tons de cinza

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“Para conseguirmos mudar o comportamento do mercado consumidor, é fundamental desenvolvermos a capacidade de transcender a ‘marca’ da madeira. Não precisamos aumentar a pressão sobre os ipês, que estão na lista de espécies em risco de extinção, se temos outras madeiras com características semelhantes que também podem ser exploradas de forma sustentável pelo mercado”, defende Gouveia.

Arquitetura e design com madeira

“Tecnicamente é fácil projetar em madeira. A dificuldade, muitas vezes, está na logística da execução, que requer uma busca criteriosa por madeira de origem legal ou certificada e de mão de obra capacitada, tanto no caso das construções artesanais como também das obras que utilizam madeira engenheirada”, afirma Tatiana Tibiriçá, arquiteta e sócia-proprietária do escritório Ipê-Amarelo, que participou do projeto da sede do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em Piracicaba, construída inteiramente a partir de um mix de madeiras nativas e de florestas plantadas.

Segundo a arquiteta, a industrialização da madeira propicia a existência de uma indústria mais próxima do local da obra, o que torna o empreendimento mais viável do ponto de vista econômico.

Para o engenheiro agrônomo Cristiano do Valle, fundador da empresa Tora Brasil, especializada em móveis e objetos de decoração produzidos exclusivamente com madeiras certificadas pelo FSC desde 2007, ainda temos muito para avançar nesse mercado. “Ao longo desse tempo de trabalho, percebo que as gerações mais novas de clientes finais têm mais consciência da importância de conhecermos a origem da madeira, porque elas fazem um link direto com a floresta. Aquele baby boomer que ainda compra móvel sem essa consciência tem hoje uma neta que está pedindo para ele olhar para isso”, diz.

Nesse sentido, cada um dos três tipos de cadeia produtiva da madeira apresenta níveis de impactos socioambientais diferentes. “Temos a madeira nativa de manejo, a madeira de floresta plantada e a madeira nativa proveniente de extração ilegal, que deve ser recusada. Arquitetos e designers precisam conhecer essas cadeias para poder especificar madeiras que oferecem o menor impacto possível em cada projeto, de olho na sustentabilidade”, avalia a pesquisadora vinculada ao Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Kátia Punhagui.

Evento discute importância do uso da madeira

Pensando no protagonismo dos profissionais da construção, arquitetura e design e em como suas escolhas, decisões e recomendações sobre a origem, as matérias primas e a sustentabilidade em seus projetos ajudam no cuidado com o meio ambiente e na proteção as florestas, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) realiza o encontro “Arquitetura do Amanhã 2: Construindo Negócios Sustentáveis”, dia 7 de outubro, das 16h às 18h, no canal do YouTube da entidade, com participação dos especialistas mencionados neste texto, além do renomado designer Marcelo Rosenbaum.

Com inscrição gratuita, o encontro online contará com dois painéis de diálogos, cada um com dois convidados e um mediador, que conversarão sobre temas ligados às oportunidades de negócios para players de empreendimentos sustentáveis e à pauta de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), o índice que avalia as operações das empresas de acordo com seus impactos nestes três eixos da sustentabilidade e que tem ganhado cada vez mais importância no mercado global de madeira.

o apoiadores do evento: Noah Wood Building Design, Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Marquetti Bonetti Arquitetos Associados, Tora Brasil, Núcleo da Madeira e Ipê-Amarelo Arquitetura.

Agenda:

Arquitetura do Amanhã 2: Construindo Negócios Sustentáveis

Data: 07.10.2021

Horário: das 16h às 18h

Local: https://www.youtube.com/user/Imaflora
Formulário de inscrição gratuita: www.imaflora.org

Programação:

16h00 – Abertura e boas vindas

Leonardo Sobral (Gerente florestal do Imaflora)

Monica Duarte Aprilanti (Núcleo da madeira)

16h15 – ESG no mercado de Arquitetura e Design

• 15’    Marcelo Rosenbaum (Rosenbaum Design) – Impacto social positivo da Arquitetura e Design

• 15’    Nicolaos Theodorakis (Noah Wood Building Design) – Projetos sustentáveis e o crescimento da pauta ESG

• 15’ Perguntas Moderador

17h – Alternativas rumo a sustentabilidade possível

Moderador: Cristiano do Valle (Tora Brasil)

• 10’    Tatiana Tibiriçá (Ipê-Amarelo) – Construções sustentáveis em madeira

• 10’    Fernando Gouveia – (Laboratório de Produtos Florestais – LPF) – Espécies de madeiras e seus usos: a importância da pesquisa.

• 10’      Kátia Punhagui – (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS) – A importância de considerar a origem, os tipos de materiais e descarte.

• 15’     Perguntas Moderador

17h45 – Encerramento com tour pelas tecnologias sustentáveis na sede do Imaflora

Sobre o Imaflora

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma organização sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país.

Mais informações: www.imaflora.org.br

Por Danilo Costa

Imagem: Joel Jasmin – Forest

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