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Museu de Arte de Santa Catarina celebra 70 anos com ocupação histórica no CIC

Uma das instituições de arte mais importantes do Brasil celebra a trajetória de sete décadas em Florianópolis com programa de cinco exposições e mais de 80 artistas. A abertura será no dia 18 de abril

O Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), considerado um dos mais importantes do Brasil, celebra 70 anos em 2018. Para marcar a data, a instituição que abriga um acervo importantíssimo da arte brasileira inaugura na quarta-feira (18) um programa especial com três grandes exposições: Desterro Desaterro – arte contemporânea em Santa Catarina, uma coletiva com artistas de diferentes gerações; O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália, projeto que traz ao Brasil a coleção mais diversificada e vigorosa da tradição artística contínua mais antiga do planeta; e o Projeto Armazém – O mundo como armazém, com obras de 300 artistas. A abertura será a partir das 19h, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, e com entrada gratuita e livre.

O próprio CIC foi especialmente preparado para receber essa ocupação histórica, que se estenderá da ala Sul, onde está localizado o próprio MASC, à ala Norte – com a revitalização do espaço Lindolf Bell.  “Um evento desta magnitude, que evoca a história de um dos principais museus de arte do país, que é o nosso MASC, merece que seja celebrado. Até julho, o Lindolf Bell servirá ao MASC, sendo revitalizado de maneira surpreendente. Esse é o ano do MASC, da sua história, mas principalmente do que ele projeta para o seu futuro”, destacou o presidente da FCC, Ozéas Mafra Filho.

Entre os destaques da programação está Desterro Desaterro, um encontro de figuras pertencentes a diferentes gerações que entendem o território da arte vinculado a percursos, trajetos e envolvimentos mútuos. Serão 80 artistas no total, entre eles nomes expressivos para a arte catarinense, como Fernando Lindote, Franzoi, Clara Fernandes, Elke Hering, Berenice Gorini, Paulo Gaiad, Raquel Stolf, Yftah Peled, Walmor Corrêa e Gabriela Macjado. Entre os emergentes, nomes como Audrian Cassanelli, Sonia Beltrame, Cyntia Werner e Daniele Zacarão. Assinada pelo curador do MASC, Josué Mattos, a mostra propõe reflexões sobre a produção artística contemporânea.

A intenção se conecta à própria memória do museu, especialmente ao período em que o MASC surgiu no final dos anos 1940, quando foi inaugurada a então “primeira exposição de arte contemporânea” em Florianópolis. Era a época do Grupo Sul, o movimento modernista transgressor que então rompeu as amarras do passado e deu voz e vez às novidades artísticas do resto do Brasil e do mundo.

— Queremos que se faça uma nova reunião – com artistas vivos —para desaterrar e refletir sobre nosso estado de isolamento. Repetimos algo semelhante à experiência de 1948, com a participação de artistas regionais, nacionais e internacionais — diz Josué Mattos.

Nesse contexto aparecem programas especiais, como o Claraboia, projeto de comissionamento a artistas contemporâneos que em sua quinta edição recebe o legado de proposições do professor e artista Zé Kinceler (1961-2015) e o grupo por ele formado em 2011, o Coletivo Geodésica. Além dele, o projeto O Tropicalista ocupará a antessala do museu, numa iniciativa inédita no MASC, com a instalação temporária Floresta Inventada. A programação prevê também uma imersão na obra de Ivens Machado, escultor, gravador e pintor de Florianópolis que morreu em 2015. Quatro obras do artista — duas marcantes do começo da carreira, nos anos 70, e duas dos últimos anos de vida — estarão em exibição na sala de vídeo.

A história do MASC

O acervo do MASC começou a partir da Exposição de Arte Contemporânea, trazida a Florianópolis em 1948 pelo escritor carioca Marques Rebelo (1907 – 1973). Foi o primeiro choque de modernidade nas artes catarinenses e o embrião para o que viria a ser o MASC, um ano depois da criação do MASP, em São Paulo. O Grupo Sul, claro, estava por trás desse projeto.

O escritor Salim Miguel (1924 – 2016), um dos fundadores do movimento, contou em texto assinado na obra Biografia de um Museu (2002) que foi a primeira vez que pintores como Portinari, Segall, Pancetti etc foram vistos na cidade. Como resultado imediato da exposição, surgiu um pequeno museu, o pátio Marques Rebelo. A partir daí o acervo se constituiu e foi a primeira versão do que hoje se chama de MASC.

Acervo fundamental para a história da arte no Brasil

Hoje o MASC conta com 1800 obras no acervo. O forte são produções das décadas de 1940 e 1950, todas importantes para a história da arte brasileira. Depois de um longo hiato, o acervo foi enriquecido com obras de artistas revelados pelo Salão Victor Meirelles, concurso criado em 1993 e cuja última edição foi em 2008.

Programação comemorativa segue até 2019

Para receber as mostras, o MASC ampliará sua área. Além da ala Sul do Centro Integrado de Cultura (CIC), ocupará também a ala Norte, onde estarão as obras do Projeto Armazém e da mostra Arte Aborígene Contemporânea da Austrália.

A programação terá continuidade. Estão previstas outras exposições comemorativas ao longo do ano e até 2019.

Serviço – MASC 70 anos

“Mostra Desterro Desaterro – arte contemporânea em Santa Catarina”

Quando: 18 de abril (quarta-feira), às 19h (abertura). Visitação até 22 de julho, de terça a domingo, das 10h às 21h

Onde: MASC – Museu de Arte de Santa Catarina (Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Classificação indicativa: livre

Mostra O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália

Quando: Até 3 de junho, de terça a domingo, das 10h às 21h

Onde: MASC – Museu de Arte de Santa Catarina (Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: gratuito

Classificação indicativa: livre

Por Luciana de Moraes

Imagem: Mariana Boro

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