Há 23 anos atuando no mercado de arquitetura e decoração, visibilidade da artista cresce no meio artístico.
A artista plástica Marilene Ropelato encanta pela delicadeza expressa em suas peças. Formada em Belas Artes pela Escola de Belas Artes do Paraná, Marilene é pós-graduada em História da Arte Brasileira e há mais de 20 anos enobrece projetos residenciais e corporativos, além de enriquecer algumas das mais importantes mostras de decoração do país com criações diferentes e inusitadas. Ela partiu do figurativo para o abstrato por identificação. Tendo o neoconcretismo como um de suas principais referências, a artista diz que as experiências do cotidiano são sua maior fonte de inspiração: “As vivências do dia a dia me trouxeram uma visão mais plástica do tridimensional. São elas que fomentam as ideias sobre cada peça que ainda irá nascer”, diz. Seu trabalho é bastante eclético e vai de pinturas a intervenções, passando por esculturas das mais diferentes formas: “Cada trabalho é feito a partir de experiências manuais. As esculturas, por exemplo, começam como maquetes e aos poucos vão ganhando vida própria”, conta Marilene. O processo de criação é manual, e começa com tirinhas de papel que vão se modificando a cada pequeno movimento proveniente das mãos da criadora: “A partir dos protótipos menores é que elas se transformam no que, mais tarde, serão as peças em grande escala”, explica.
Com uma equipe de apoio que a acompanha ha bastante tempo, Marilene acompanha e participa de todo o processo de confecção das peças – da solda à moldagem, aartista põe a mão na massa mesmo. De acordo com ela, nesse momento ainda é possível que as criações sofram mudanças, e esse é o espírito: o desprendimento é o que viabiliza o surgimento de peças únicas e sempre com uma história para contar.
Pinturas:
Bastante reconhecida por suas esculturas, Marilene também possui um trabalho único dentro do universo da pintura, onde a sobreposição de tintas é sua marca registrada. Nas encomendas que recebe, tem sempre muita liberdade para criar e se inspira em conversas informais com aquele que lhe servirá de inspiração: “Não costumo trabalhar com encomendas de algo já concretizado. É claro que quando alguém vem até mim, normalmente já existe uma ideia do que se quer, mas é imprescindível que exista liberdade para que eu crie. Gosto de sentir o cliente, seus gostos, suas referências, e entender o que lhe toca.”, explica. Ela ainda ressalta: “Após o processo de leitura e interpretação das referências e características da pessoa é que dou início à criação das peças”, conta Marilene.
Séries:
Capaz de transitar pelas mais diversas linguagens, Marilene trabalha com formas elegantes e simples. Suas obras são dividas em séries e as compostas por suas pinturas são segmentadas de acordo com as cores predominantes, sendo sua marca registrada a sobreposição de tintas e aguadas. Já as esculturam compõe um outro processo.
Em sua Série Papéis a artista molda chapas de alumínio com vergas , amassados e revestimentos, transformando o plano em tridimensional, causando no expectador a impressão que está realmente diante de papéis. Apesar de possuírem grandes dimensões, as peças contam com relevos orgânicos, ricos em luz e sombra, e a leveza contida nelas se destaca. Na série Fitas as linhas se tornam mais seccionadas. As chapas são dobradas nas mais diversas formas e espaçamentos, mas a delicadeza e sutileza se mantêm. A linha Dobraduras é inspirada em artistas do Movimento Neoconcreto. Nesta série a artista faz uso de recorte e dobras no metal, criando inúmeras formas e volumes, geometrizando as obras. Já na Série Elementos da Natureza passa a usar materiais descartados pela indústria e demais setores, cortando, soldando, reciclando e transformando. Representando elementos da natureza, aqui as formas são mais orgânicas e cheias de movimento. Os corais, retratados nesta última, foram selecionados para uma mostra internacional de artes no principado de Liechtenstein, conquistando o 3º lugar.
Por Marcela Luz – Prime Comunicação
Imagens: Divulgação
