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Desenvolvimento imobiliário em brownfields pode trazer benefícios sustentáveis, econômicos e sociais

Nesta quarta-feira, dia 18, a programação da BW Expo, Summit e Digital 2020 continua com temas relevantes para a conservação do meio ambiente

O uso de brownfields para a construção de empreendimentos imobiliários pode trazer diversos benefícios para os munícipios e para a sociedade local. No workshop Revitalização de Áreas Contaminadas e o Desenvolvimento Imobiliário em Brownfields, Ulysses Mourão, Head de Engenharia e membro executivo da empresa EBP Brasil e a geóloga Joyce Cruz, que possui ampla formação em gerenciamento de projetos complexos, sustentáveis e inovadores, comentaram sobre as razões para valorizar esse tipo de área. O workshop foi apresentado na BW Expo, Summit e Digital 2020, que está sendo realizada virtualmente entre 17 e 19/11. Para acessar o evento, basta clicar neste link.

Segundo Mourão, o desenvolvimento imobiliário em brownfields permite o desenvolvimento econômico local, com a geração de novos empregos, desenvolvimento da cadeia de fornecedores e maior valoração dos imóveis locais e adjacências, mas também promove benefícios para a comunidade local com a valorização de toda o entorno e ganhos ambientais, com uma cidade cada vez mais sustentável.

Ainda sob o aspecto ambiental, Joyce lembra que a recuperação dessa área promove a preservação e melhor uso dos recursos naturais, eficiência energética e boa qualidade do ar. “É importante mencionar que a cidade de São Paulo, por exemplo, possui áreas contaminadas complexas, que não estão limitadas em apenas um terreno”, ponderou.

Nesse caso, o planejamento urbano precisa estar relacionado à remediação. “O avanço do projeto vai estar relacionados ao tripé da sustentabilidade, envolvendo stakeholders e a sociedade. Essa conexão é um ingrediente de sucesso para grandes cidades, é uma tendência de mercado, que vai ser cada vez mais desenvolvida e essencial”, conclui Joyce.

Reciclagem de Resíduos da Construção

A programação do Núcleo Reciclagem de Resíduos da Construção foi aberta por Rafael Teixeira, diretor do Grupo Rafa Entulhos, que ministrou a palestra Rastreamento das caçambas de entulhos e uso de ferramentas eletrônicas na gestão dos resíduos da construção, ressaltando que a tecnologia pode resolver desafios na gestão de resíduos da construção.

Para os dois primeiros desafios – garantir que o resíduo está sendo destinado de forma correta e o descarte irregular com cidade que conta com Controle de Transporte de Resíduo (CTR) Eletrônico – a solução é as etiquetas RFID, que possuem alta resistência mecânica e baixo custo de implementação, sendo viável tanto do ponto de vista operacional como econômica. “Podemos fazer uma instalação com fibra de vidro, que durará toda a vida útil da caçamba”, disse Teixeira.

Já para próximos desafios, ligados à logística, a solução pode ser o tracking rotas. “Ele é capaz de enxergar em tempo real o mapa logístico, o que possibilita que o algoritmo tome a melhor decisão para organizar rotas mais eficientes, reduzindo trajetos e custos operacionais, além de identificar o tipo de resíduo transportado”, contou Teixeira.

Na sequência, Valmir Bonfim, diretor técnico da DVS e consultor técnico da Fremix, falou sobre Reciclagem de pavimento e uso de agregado reciclado em camadas de base e sub-base em rodovias. “A reciclagem nesse setor é uma realidade e os resíduos são materiais de excelente qualidade para uso na pavimentação. São diversos projetos somente no Brasil que comprovam sua eficiência”.

Em sua apresentação, Bonfim trouxe três casos de aplicação de resíduos da construção e demolição em rodovias brasileiras: Bandeiras, BR-101 no Rio de Janeiro e Ayrton Senna. Nesse último exemplo, ele comentou que a situação na época era de uma base cimentada deteriorada e alto volume de tráfego. Para sua recuperação foi utilizada a técnica de espuma de asfalto reciclada em usina a frio. “Essa técnica possibilitou uma fresagem mais profunda, com ganhos na coesão de resistência e deflecção estabilizada”.

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Além disso, segundo Bonfim, não houve incidência de trinca no RAP (asfalto fresado) espumado pelo tipo de ligação não contínuo. “Isso mostra como podemos colaborar com o meio ambiente e, ao mesmo tempo, gerar economia nas obras de rodovia do país”.

Construção Sustentável no Reino Unido

No Núcleo da Construção Sustentável, a arquiteta brasileira Maria Gabriela Costa, consultora sênior de Sustentabilidade da Sweco UK, proferiu a apresentação A evolução da sustentabilidade em greenbuildings no Reino Unido, mostrando um histórico desde os anos 90 da aplicação de conceitos sustentáveis em relação às edificações, incluindo a preocupação com a eficiência energética, a instituição da certificação Breeam (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) e do Documento L direcionado à regulação de edificações.

A arquiteta afirmou que a partir de 2015, houve uma revolução na questão da construção sustentável, uma vez que outros assuntos foram trazidos para o debate, como a utilização da água, o bem estar das pessoas e as emissões de carbono. “A conscientização ficou muito maior, passando-se a tratar do bem-estar e da biofilia, a fim de fazer a conexão da natureza com as edificações”. Assim o foco agora está na avaliação do ciclo de vida de edificações. “Perguntas não usuais na construção começaram a surgir, como de onde vem o material, qual vai ser o consumo de água e energia, quanto se irá emitir de carbono, entre outros”.

Além disso, se passou a utilizar a tecnologia como uma aliada para alcançar mais sustentabilidade. A partir de modelos de simulação computacional é possível prever potenciais problemas e calcular a eficiência energética. Mas, Maria Gabriela alerta que é preciso focar no começo do projeto para otimizar a envoltória, usando conceitos de arquitetura passiva e bioclimática para reduzir a necessidade, por exemplo, de ar condicionado.

Manifesto de Transporte de Resíduos

Na área de resíduos sólidos, Luiz Gonzaga, diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) e curador desse Núcleo apresentou o SINIR (Sistema Nacional de Informações sobre Gestão Resíduos Sólidos) e o MTR (Manifesto de Transporte Resíduos), juntamente com o engenheiro químico Odilon Amado, responsável pela estruturação, desenvolvimento e implantação dos Sistemas MTR nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Gonzaga comentou que o Sinir representa uma das iniciativas da maior importância para quem vive no setor de resíduos sólidos, uma vez que ele traz funcionalidades inovadoras que permitem o conhecimento da situação dos resíduos nos respetivos territórios e as soluções encontradas para minimizar ou resolver os problemas mais centrais num determinado tempo. “A Abetre desenvolveu o Sinir em 133 dias, transformando em realidade um sistema que ficou adormecido por 8 anos”.

Segundo Amado, o MTR permite o rastreamento ordenado de resíduos desde sua geração e destinação, sendo o estado de Santa Catarina, o pioneiro na implementação desse sistema, seguido por Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. “São 11 milhões de MTRs emitidos nos quatro estados e 200 mil usuários distribuídos em todo o Brasil”.

O Manifesto permite o rastreamento não só pelos órgãos ambientais, mas também por geradores de resíduos, que conseguem garantir quando e como está sendo feito o tratamento desses resíduos. “O fluxo de informação traz segurança a todos, além de representar uma diminuição da burocracia, maior preservação ambiental, menos uso de papel e padronização de um procedimento”, explicou Amado.

Totalmente virtual, com transmissão pelo site oficial, a BW conta com mais de 100 horas de conteúdo, atividades interativas, ações de relacionamento e de negócios e exposição de produtos, serviços e tecnologias. A programação tem palestras, webinars e debates relacionados ao nove Núcleos Temáticos: Agronegócio Sustentável, Conservação de Recursos Hídricos, Construção Sustentável, Economia Circular, Reciclagem de Resíduos na Construção, Resíduos Sólidos, Transformação Energética – Hidrogênio, Valorização de Áreas Degradadas e Waste-to-Energy.

Serviço

BW Expo, Summit e Digital 2020

Data: 17 a 19 de novembro

Horário: a partir das 14h00

Informações, inscrições e programaçãowww.bwexpo.com.br

 

 

 

 

Por Noemi Oliveira – Mecânica de Comunicação

Imagem: Divulgação

 

 

 

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