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ConnectArch Summit reuniu mais de 10 mil pessoas para debater o “Design em edição”

Evento digital de 3 dias contou com 15 palestrantes do Brasil e exterior ligados ao universo da arquitetura e design

As marcas Eliane e Decortiles reuniram os maiores nomes da arquitetura e do design nacional e internacional para debater o Design em edição. Repensar identidades pessoais e coletivas, inovações, criatividade, hábitos de uso e consumo em um mundo em constante mudança e aceleração. Essa foi a proposta do ConnectArch Summit, que ocorreu entre os dias 20 e 22 de outubro, com transmissão para toda a América Latina.

Foram 3 dias de muito conteúdo e experiências compartilhadas em 15 palestras virtuais com os principais nomes do segmento no Brasil e no mundo. Edson Gaidzinski, Jr. – Diretor-Presidente das marcas, lembrou que o evento faz parte das comemorações de 60 anos da Eliane Revestimentos. O executivo citou que networking também é devolver algo para o outro e que o ConnectArch Summit foi como um presente para os profissionais  e estudantes do segmento.

O evento gratuito contou com apresentação de Vivian Sipriano e do arquiteto Renato Mendonça, que também teve mediação do arquiteto, jornalista e crítico de design Marcelo Lima. Marcaram presença nomes como Marva Griffin, Tsuyoshi TaneGabriele Salvatori, Guto Requena, Arthur Casas, Debora Aguiar, Fred Gelli, Lula Gouveia (Superlimão), Paulo Cuenca, Greg Bousquet (Triptyque), Gustavo Martini, Marko Brajovic, Cédric Morisset, Giulio Iachetti e Ferruccio Laviani. 

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VEJA: Decorelli Arte lança novas estampas em revestimentos

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Esse elenco de peso levantou temas relevantes como as conexões com a natureza, biomimética, tecnologias construtivas, networking, plataformas de interação, inovação, criatividade, marketing digital e sustentabilidade. Os melhores momentos podem ser conferidos no canal do YouTube da Eliane Revestimentos.

Confira um resumo das palestras do ConnectArch Summit:

Dia 1: Marva Griffin, Gabriele Salvatori, Lula Gouveia, Guto Requena e Paulo Cuenca;

Em formato de entrevista, feita pelo jornalista, arquiteto e crítico de design Marcelo Lima,  Marva Griffin, destacou a necessidade do jovem profissional ter formação em uma boa escola de design, ser curioso, informado e autoral em suas criações desde o princípio. Ela contou ainda que, para participar do Salão Satélite de Milão, o designer deve ter menos de 35 anos e apresentar um material absolutamente inédito, que passará pelo crivo do comitê de curadoria do evento. Venezuelana, Marva falou também sobre o papel fundamental da natureza como fonte de inspiração para os profissionais da América Latina, como os Irmãos Campana, citados por ela como um exemplo de criatividade.

Lima também conduziu a conversa com Gabriele Salvatori. O  designer  falou sobre o processo de desenvolvimento de revestimentos feitos a partir de sobras de mármores, com texturas inspiradas em materiais como bambus. Salvatori contou que a ideia para o produto veio da necessidade de se evitar o desperdício e descarte desta rocha ornamental. Apaixonado pelo Brasil, o profissional destacou a beleza dos quartiztos brancos brasileiros.

Arquitetura Vernacular, forma de construção que usa materiais locais, técnicas tradicionais, tipologias regionais, foi o tema da palestra de Lula Gouveia, do escritório SuperLimão. O arquiteto contou sobre sua experiência em uma tribo indígena do Xingu e como as contruções dessas aldeias são exemplos de arquitetura social, envolvendo toda a comunidade. Em seguida, Gouveia contou como essas técnicas construtivas são utilizadas em projetos do Superlimão.

O arquiteto e designer Guto Requena falou sobre o uso da tecnologia como uma ferramenta para aproximar pessoas presencial ou remotamente, e como uma arquitetura empática pode mudar a maneira como as pessoas interagem com suas casas e com a cidade. Requena também contou como centros urbanos o inspiram em suas criações e como o mobiliário urbano pode funcionar como pontos de humanização e poesia na cidade.

Encerrando o primeiro dia, Paulo Cuenca deu dicas valiosas sobre como tornar as redes sociais um instrumento valioso para fechar negócios. O produtor de conteúdo falou sobre a necessidade do público conhecer a origem e valores do profissional a quem segue, sobre a importância de construir uma narrativa clara, dar dicas e inspirações, sempre mesclando o apelo emocional ao profissional.

Dia 2: Arthur Casas, Debora Aguiar, Marko Brajovic, Cédric Morisset e Fred Gelli;

Arthur Casas foi o primeiro a se apresentar ao público. Ele comentou sobre o processo criativo em todas as escalas e relembrou os desafios e propostas executadas em seus projetos, que vão desde espaços públicos, edifícios, residências e até peças de design. O profissional destacou que é necessário haver uma razão maior do que apenas existir durante a criação de algo. Deu como exemplo os edifícios, que precisam trazer melhorias e devolver algo para o entorno onde estão inseridos.

Em seguida foi a vez de Debora Aguiar falar sobre a casa como um refúgio emocional. A arquiteta compartilhou com os espectadores diversos projetos e debateu a respeito da casa ressignificada, o atual momento e as novas necessidades. Também alertou  sobre a necessidade de repensar o morar. A arquiteta definiu “casa” como sinônimo de “amor”, exemplificando como cada ambiente composto pelos elementos corretos é capaz de transformar um projeto arquitetônico.  Destacou o poder dos elementos naturais e dos objetos afetivos na criação de espaços únicos e acolhedores mostrando que é possível trazer aconchego também com as memórias de quem habita o lar.

A natureza da forma e as formas da natureza nortearam a palestra de Marko Brajovic. O croata radicado no Brasil definiu que ela é a maior tecnologia de design existente. Isso porque já passou por milhões de anos de evolução e sempre se adaptou a cada uma das diversas situações. Brajovic disse ainda que sua equipe realiza trabalhos para mapear os movimentos naturais e tranportá-los para a arquitetura.

O designer francês Cédric Morisset explorou em sua apresentação a cena do design colecionável no Brasil e no mundo. Conhecido por prestar consultoria a grandes marcas de alto padrão, ele definiu os elementos que fazem o design ser colecionável: deve ser raro, limitado, estar fora de produção e ter um desenho único. Cédric elogiou ícones do Brasil como os Irmãos Campana e Sérgio Rodrigues, destacando o quanto elevaram o desenho brasileiro no exterior e desafiam novos designers a alcançarem tão alto nível.

Fechando o segundo dia, Fred Gelli proporcionou uma verdadeira aula sobre o design como lente poderosa na construção de um futuro mais sustentável. O responsável pela criação das Marcas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 passou uma mensagem positiva de como o mundo pode e deve aprender mais com a natureza. Gelli destacou a necessidade do ser humano em se adaptar a esse novo mundo e às consequências do que foi feito há muitos anos com o planeta. Propôs reflexões importantes a respeito da evolução da sociedade e comentou o papel da biomimética nesse contexto, conectado ao que Marko Brajovic comentara anteriormente.

Dia 3: Giulio Iachetti, Ferruccio Laviani, Tsuyoshi Tane, Gustavo Martini e Gregory Bousquet;

O primeiro palestrante do dia Giulio Iachetti falou sobre as raízes e perspectivas do produto ‘Made in Italy’ em um mundo em transformação. O designer destacou a maneira singular de como os italianos utilizaram o design como ferramenta de transformação em situações de pobreza e crise. Outro assunto abordado foi a sustentabilidade, que na visão  dele, está em produzir objetos que vão perdurar por muito tempo. Iachetti ressaltou que é preciso olhar o passado trilhando um novo caminho para o design no futuro em um mundo pós pandêmico.

Em seguida foi a vez de Ferruccio Laviani que se debruçou sobre o tema Arte, Moda, Arquitetura: o design em zona de contaminação. O arquiteto que assina para grandes marcas como Dolce & Gabana, disse não se preocupar em ser conhecido por um traço característico, mas sim que seus projetos tenham estéticas diferentes. Sobre sustentabilidade, observou que a reciclagem é uma questão sociocultural. Ressaltou ainda que para trabalhar com o plástico, o grande vilão do século XXI, é preciso tecnologia e pesquisa para utilizar e reutilizar o material adequadamente.

Reconhecido pelo trabalho de arqueologia histórica feito antes de inicar seus premiados projetos, Tsuyoshi Tane falou sobre seu processo de criação, que é manual. O arquiteto disse reconhecer a força do computador, mas também sabe das limitações das máquinas, por isso prefere criar com as mãos. O profissional explicou como usa a memória do lugar como princípio norteador dos trabalhos. Para ele,  a arquitetura pertence ao local,  e completou dizendo que a funcionalidade do edifício é sempre alterada pela humanidade. Sobre o tema macro do dia, Tane diz que a sustentabilidade deve ser pensada também em termos socioculturais. Completou falando que ao invés de demolir um edifício ou uma casa, devemos pensar em como modificá-lo, inová-lo e dar continuidade ao que já existe. Para ele, isso também é respeito ao meio ambiente.

O design bate o tempo foi o tema abordado por Gustavo Martini. O profissional contou sobre suas criações e inspirações e trouxe a visão do desenho italiano, apurada por um brasileiro radicado em Milão. Para ele, o design é uma ferramenta essencial para mudar a perspectiva do ambiente, ressaltou que o desenho inteligente pode ser atemporal, com grande respeito à própria matéria-prima. Finalizou com a seguinte frase: às vezes não importam as suas qualidades, o que interfere realmente é como você apresenta sua ideia.

Encerrando a noite, Gregory Bousquet, do escritório Triptyque trouxe o tema novos territórios – caminhos disruptivos e inovadores para a cidade. O profissional lembrou que a arquitetura eficiente, didática e real é quem mudará as megalópes, que precisam de uma transformação imediata. Disse também que pensar numa cidade mais sustentável é refletir na palavra por completo, com todos os seus pilares: ambiental, social e cultural. Para ele, o profissional da arquitetura tem a  responsabilidade de projetar pensando na cidade como a maior área de recepção do ser humano, sempre repensando o uso das áreas verdes que precisam existir. Finalizou dizendo que a natureza é fundamental na arquitetura.

 

 

 

 

Por Ivan Dognani

Imagem: Divulgação

 

 

 

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