SOCIAL
To Top

Arquiteto Bruno Moraes detalha o estilo industrial nos ambientes residenciais

Experiente na execução de projetos com essa tendência moderna de decoração, Bruno explica as características que a compõem e apresenta os pontos para não errar nas escolhas

Projeto de Bruno Moraes com diversos elementos industriais

Derivado dos antigos lofts americanos da década de 60, o estilo industrial ganhou força na arquitetura de interiores e se adaptou ao novo modo de morar do brasileiro, com apartamentos pequenos, que demandam soluções e um décor que alia praticidade e funcionalidade para a vida cotidiana.

Mas como trazer o industrial para dentro de casa, evidenciando elementos marcantes e mais rústicos como o tijolinho aparente e o concreto e, ao mesmo tempo, trazer as sensações de conforto e acolhimento no lar? “O segredo é trabalhar o equilíbrio desses materiais na composição do projeto”, afirma o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório que leva seu nome.

A seguir, um raio-x detalhado com todos atributos que marcam a decoração. Acompanhe:

1) Características arquitetônicas do décor industrial:

Tijolinhos à vista e muito concreto no décor industrial

Na essência de um projeto industrial estão presentes materiais de construção em sua forma mais original, como o tijolo aparente e o concreto. “É uma mudança de paradigma, pois em um primeiro olhar pode parecer que o ambiente está inacabado. Mas pelo contrário! A forma como enaltecemos a simplicidade dos elementos faz toda diferença”, revela Moraes.

O industrial também valoriza a presença de tubulações à vista, assim como os conduítes aparentes e toda infraestrutura que os demais estilos decorativos demandam ‘esconder’ no projeto. “Ao invés de abrir as paredes para embutir os tradicionais conduítes flexíveis amarelo, porque não torná-los parte da decoração em um conceito de obra mais prática?”, pondera Moraes. Dessa forma, opta-se por conduítes de aço galvanizado que são dispostos de acordo com o projeto para a iluminação e a instalação de interruptores e tomadas.

A mesma ideia se aplica em vigas e pilares existentes na planta original do imóvel. Ao invés de incorporá-los em soluções arquitetônicas para eliminar a presença dos elementos, sua imagem bruta se traduz em um efeito muito interessante visualmente e facilitador a ser trabalhado no projeto. “Por meio da aplicação de produtos, cuidamos para enaltecer a aparência e proteger as vigas e pilares das intempéries”, explica o arquiteto.

2) Quando adotar o industrial?

Estilo industrial presente na integração dos ambientes

Além do gosto pessoal do morador – que revela ao profissional a sua predileção pelos traços que marcam a decoração, algumas condições do imóvel – seja novo ou antigo –, fazem com que o projeto industrial contribua com inúmeros benefícios.

– Economia: com a demanda por orçamentos mais enxutos para a execução das obras, o arquiteto precisa encontrar soluções para que o cliente possa ter um projeto moderno, com soluções práticas e viáveis financeiramente. “Assim, o estilo se enquadra muito bem, pois no cronograma físico-financeiro conseguimos planejar uma obra como menor tempo de execução, pois algumas etapas da arquitetura tradicional, como levantar paredes para rasgá-las para a passagem da elétrica são eliminadas”, exemplifica Bruno.

– Reformas: Em imóveis antigos, a adoção do décor industrial igualmente contribui para ajustar os gastos. Diante da necessidade de remover o reboco original, que tal ‘descascá-lo’ para enaltecer a estética rústica do tijolo utilizado na construção? “Gosto muito dessa ideia, pois além de economizar ao optar por não fazer um novo reboco, deixá-los da forma original valoriza a robustez dos tijolos antigos. É muito gratificante ver que depois de muitos anos eles continuam firmes em sua história”, releva Bruno.

Depois do processo de retirar a massa antiga, a aplicação de produtos específicos para impermeabilização colabora para a manutenção e a limpeza da superfície da parede, aumenta a vida útil e evidencia as características e texturas do tijolinho.

– Ampliação: com o passar dos tempos, o mercado imobiliário reduziu consideravelmente o pé-direito dos apartamentos novos. Por não precisar da execução do rebaixo de forros para cobrir as instalações, o morador ‘ganha’, em média, 10 cm de altura nas paredes.

Além disso, a concepção dos lofts implica na não existência de paredes para delimitar os cômodos. Assim, a integração de ambientes – que se traduz na conexão entre cozinha, sala de jantar e estar, por exemplo –, contribui para a sensação efetiva de maior espaço. “Em apartamentos pequenos, todos os centímetros contam muito positivamente para a comodidade”, destaca Moraes

3) Materiais para o estilo industrial

Se até um tempo atrás a decoração era marcada pelos insumos construtivos, hoje em dia a indústria da construção produz materiais que seguem facilitando a execução da obra e reproduzem com fidelidade os traços do industrial.

Cozinhas que receberam o charme dos tijolinhos e dos subway tiles

Os clássicos bricks – revestimentos que constituem a beleza dos tijolinhos maciços – oferecem praticidade para instalação, são mais finos que o material original e super resistentes. “Eles são perfeitos para projetos onde o tijolo não existia. Sempre digo que não há necessidade de revestir todas as paredes. Geralmente gosto de escolher algumas para evidenciar esse efeito”, detalha o arquiteto.

Nas cozinhas, o frontão da pia pode receber outro elemento bastante próprio do décor industrial: o subway tile, revestimento que remete às antigas estações de metrô de Nova Iorque e Paris e seguem em alta na decoração.

Para o piso, que pede pelo efeito do cimento queimado, o projeto pode contar com a escolha de porcelanatos e revestimentos cerâmicos que destacam fielmente as características. As inúmeras opções de materiais contribuem para ajudar a eliminar as imperfeições da execução do cimento queimado em sua forma original, sem contar que porcelanatos e os revestimentos com essas características podem ser utilizados com tranquilidade em ambientes molhados.

4) Compondo o décor industrial

A iluminação marca muita presença no estilo industrial. Com os conduítes aparentes, trilhos com spots e pendentes em metal amarado (nos tons cinza ou cobre) são algumas das peças que integram o projeto. Luminárias de piso com materiais foscos ou metalizados integram as escolhas.

Poltronas, estantes compostas por madeira e serralheria, materiais como couro, mesinhas metálicas, prateleiras e elementos vazados entre ambientes também fazem parte das escolhas que integram a decoração industrial. “O importante, sobretudo, é refletir uma vida prática”, salienta Moraes.

5) Um estilo marcado para todos os perfis

Ainda que a tendência do industrial seja uma solução para otimizar as soluções para projetos de apartamentos pequenos, o décor se aplica em todas as situações – seja em uma residência mais luxuosa ou mesmo em um projeto com menos elementos e a premissa de reduzir custos.

Bruno destaca adotar o industrial independe da idade e do sexo. “O estilo ficou muito marcado como masculino, mas não é o caso. No décor trabalhamos esse contraponto de uma forma muito elegante”, diz o arquiteto. “Moderno e despojado definem o perfil de quem embarca na tendência”, completa.

Vitrine Industrial – Peças para destacar o décor

  1. Pendente em metal aramado com acabamento na cor cobre da Yamamura
  2. Spot para trilho em alumínio que comporta uma lâmpada AR70 da Yamamura
  3. Luminária de piso em metal e cimento da Yamamura
  4. Mesinhas “free-standing” e com design minimalista da linha Graffo, da SCA
  5. Revestimento 3D Seattle, design suave e urbano, da Incepa
  6. Revestimento Soul, da Roca Cerâmica, com o charme do cimento queimado
  7. Subway tiles nas cores cinza e preto, da Roca Cerâmica, linha Fit

Sobre Bruno Moraes Arquitetura

Bruno Moraes é formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Em 2007, expõe o projeto “Complexo do Moinho” na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, junto a um grupo de arquitetos e alunos formados pela FEBASP. Passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini, onde participou do projeto de ampliação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, considerado o maior projeto sustentável da América Latina. Também atua nas áreas de gerenciamento de obras, execução de projetos, criação e consultoria sustentável.

Bruno Moraes Arquitetura
(11) 2062-6423
www.brunomoraesarquitetura.com.br
@brunomoraesarquitetura

 

 

 

 

Por Karina Monteiro – Imprensa dc33

Imagem: Luis Gomes

Comente

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em Arquitetura

A Revista USE é uma publicação inédita no Brasil sobre o design intrínseco nas mais variadas peças do mobiliário, decoração e artigos de desejo que traduzem nossa relação com o mundo e tudo o que nos cerca.

Portal - No portal vocês poderão conferir notícias atualizadas diariamente sobre o mundo da decoração, suas inovações e tendências.

Revista - Com publicação quadrimestral, a revista impressa reúne o que há de mais inusitado do mundo do design com distribuição em todo Brasil, tem duas versões: impressa e digital.

Revista USE. 2023 - Todos os direitos reservados.